18 de Novembro de 2007
Dedico esta pequena reflexão aos jovens que ainda lutam para que a resposta a esta pergunta não seja afirmativa.

Longe vai o 25 de Abril, que teve numa das suas bases de criação, o movimento estudantil que não se confromava com as políticas da Ditadura e que fez de tudo para conquistar a liberdade. As manifestações de 1961 ditaram muitos presos, porém, os estudantes marcaram uma posição bem clara. Não concordavam, não aceitavam, não podiam tolerar as políticas levadas a cabo pelo governo.

Os estudantes, principalmente os do Ensino Superior, primaram no pós-ditadura pela constituição de movimentos organizados que permitem debater, intervir e reivindicar. As Associações de Estudantes foram crescendo, ganharam peso e poder social. Eram ouvidas. Com isso, foram conquistando destaque no governo das instituições do Ensino Superior. Estando presentes em todos os órgãos de governo das Universidades e Politécnicos.

Contudo, os filhos da democracia foram crescendo, e a irreverência estudantil foi diminuindo. Verifica-se nos últimos anos, uma diminuição cada vez mais da participação estudantil. Exemplo disso é a Universidade do Minho. Longe vão os tempos onde havia três listas para a Associação Académica, num universo de 17000 estudantes, votam cerca de 3000. De eleições duras e renhidas, atingimos este ano o menos lógico. Em 17000 estudantes, apenas cerca de 40 se mostram dispostos a tomar as rédeas de uma das maiores Associações de Estudantes do País, sim porque ao que parece, apenas 3 listas se apresentaram a estas eleições, interessante ou não é número de órgãos a eleger (Direcção, Conselho Fiscal e Jurisdicional, Mesa da RGA).

O fundo parece estar a ser cavado, não pelas pessoas que estão nos órgãos de gestão das associações, mas pelos próprios estudantes. Cada vez, mais o extra-curricular é desvalorizado pelos estudantes. A pressão económica de atingir resultados, faz com que se perca a vontade associativa, a vontade de conhecer o que está para além do curso.

Que alternativas? Que caminho devem os estudantes tomar? O do conformismo? O de deixar andar e penar?

Aos jovens pede-se que sejam próprios da sua idade, isto é, irreverentes, interventivos e participativos. Não se lhes pede que apenas alimentem o seu espírito nocturno e sua folia académica.

Dos jovens espera-se que não se conformem com o que não concordam. Que intervenham, que lutem, que opinem. Não se espera que fiquem calados.

O País precisa de Associações fortes, que lutem, que disponham um pouco da sua vida pessoal para construir um país melhor, um país sem autocracia, em que quem não concorda, não se conforma, mas MANIFESTA-SE!

Estudantes lutem pelo que vale a pena lutar e nunca se conformem. Façam o vosso próprio 25 de Abril. Portugal agradecerá...
publicado por Luís Caldas às 16:03

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