23 de Janeiro de 2008
Os últimos dias não têm sido muito bons, no que concerne a notícias sobre a saúde. Porém, estas situações existem à muito tempo e apenas não eram é divulgadas.

De salutar o papel que a Ordem dos Enfermeiros e Sindicatos de Enfermeiros têm feito na denuncia de situações de saúde que em nada beneficiam o SNS e que em nada ajudam a população. É importante que a OE e Sindicatos continuem a intervir, bem como os enfermeiros por este país a fora denunciado casos de situações de insegurança de cuidados de saúde.

Afinal é também para isto que a OE foi criada, para intervir e denunciar fracas condições de saúde.

De salutar as declarações do Ministro da Saúde que afirma ser necessário não formar enfermeiros em número excessivo.

A lutar também ganhamos... Só é preciso é que não sejamos apenas um pequeno grupo mas sim um todo, e que esse todo seja cada vez mais forte.
publicado por Luís Caldas às 20:00

Caro “Salutar (A)rmando” em primeiro lugar o Programa Sócrates/Erasmus existe de modo a poder proporcionar aos estudantes experiências e aprendizagens dentro dos países que aderiram ao projecto. Concordo com o projecto, porém penso nada ter a ver com a questão em debate.
Percebo o que queres explicar e compreendo que deve haver possibilidade de ir trabalhar para fora, cada vez mais isso tem de existir, fruto da União Europeia. Contudo, nem os países ricos, muito menos Portugal podem-se dar ao luxo de financiar toda a formação de toda a população, principalmente se em vez de um investimento, este se torna uma despesa. Concebo a Educação como um Direito dos Cidadãos, mas como qualquer Direito, acho que deve ter regras. Portugal, não tem capacidade económica para financiar formação fora das nossas necessidades. Aliás, discutirmos o financiamento da Educação dá pano para mangas e sobretudo, envolve coisas não lineares. Ideologias à parte, é necessário observar condições do país.

Acerca de números Clausus, afirmo o que disse anteriormente, defendo-os como necessidade de formação de qualidade. Contudo, não acho que a forma de acesso ao Ensino Superior seja a mais justa. Acrescento também que sou defensor do Ensino Privado, um Ensino Privado de qualidade, de formação de excelência, uma verdadeira alternativa competitiva ao Ensino Superior Público e não uma escapatória como a que referiu aqui.

Formar 1,5X quando faz falta 1X tem algo positivo, a competitividade, porém, eu enquanto observador social não consigo aceitar que se dê oportunidade formativa a uma pessoa para depois esta não poder exercer na sua área de formação. O falso argumento que existe no seu argumento da formação de enfermeiros é falacioso, pois apenas pressupõe que enfermeiros emigrem e não prevê o fluxo imigratório, que irá aumentar com a adesão dos países de leste à UE e que vai permitir que muitos emigrantes a residir em Portugal, possam exercer os cursos que obtiveram no seu País.

Não entendi a questão que me levanta, é óbvio que não são todos excelentes profissionais, eu próprio não o sou, procuro sê-lo e aprender em todos os momentos. A afirmação que tive acerca de colegas de outras escolas, também se aplica a minha, e tem por base o critério utilizado para a entrada no Curso, isto é, ser enfermeiro não se faz por se ter média alta, mas por algum tipo de aptidões que ou se tem ou não.

Bem o exemplo que dá é no mínimo dúbio e não comentável. Inserir um Cateter Venoso Periférico (CVP) não é tarefa que depende da aposta do enfermeiro na sua formação; este não vai andar a picar doentes, para investir na sua formação. Inserir CVP é algo que adquire com a experiência e se agiliza com a experiência. Pode contudo haver erros do enfermeiro, não vi, não sei se foi o caso. Mas digo-lhe que às vezes picamos doentes mais de cinco vezes num turno e mesmo assim provocamos hematomas e mais hematomas e não conseguimos, não é por má técnica, apenas pela dificuldade que a actividade tem. Mas até neste exemplo eu consigo acusar as escolas e a evolução científica (ainda bem que esta existe). Anteriormente um estudante de enfermagem tinha durante o seu curso milhentas oportunidades de inserir um CVP num doente, quer porque os CVP duravam menos tempo (criavam focos de infecção mais frequentemente), quer porque os estudantes antigamente num serviço de 24 doentes estavam 6 e tinha os doentes e as suas oportunidades de ensino a dividir por os 6, agora acontece que serviços com 24 doentes chegam a ter mais de 12 alunos e como tal, as oportunidades são menores. Não é isto falta de qualidade do ensino? Não é isto culpa da falta de locais de ensino clínico de qualidade e consequentemente, excesso formativo de estudantes?
Concordo plenamente consigo quando afirma que a escola é uma rampa de lançamento para o conhecimento. Mas, tem de concordar comigo que em termos técnicos a escola é a grande responsável pela formação, pois não é passível de prática fora do âmbito desta. Contudo, há outras áreas em que os estudantes de enfermagem e os enfermeiros podem investir, o processo reflexivo é algo que ainda tem de ser muito desenvolvido nos enfermeiros e que só se faz com a tal prática que refere e com a motivação pessoal.
Parece que tem um pré-conceito errado acerca de Numerus Clausus. Como poderia estar errado, fui pesquisar e encontrei esta definição na Wikipedia Numerus clausus ("closed number" in Latin) is one of many methods used to limit the number of students who may study at a university. It can be similar to a quota, both in form and motivation.
Eu concordo com os Numerus Clausus, mas não concordo com a forma de acesso à Universidade. Explique-me como faria se todos aqueles que quisessem ser enfermeiros numa determinada escola pudessem entrar nessa escola? Como iria essa escola conseguir coordenar e formar com qualidade 100 pessoas, quando as estruturas de saúde circudantes e que colaboram na formação dos estudantes apenas permitem formar 25 alunos com qualidade? Não seria isso também, não olhar aos direitos dos cidadãos?

Caro Colega Blogger do No Túnel:
Este post serviu exactamente para alertar para algo que tem vindo a ser alterado e que penso que com o esforço de todos poderá ser ainda mais alterado. Isto é, a visibilidade da Ordem dos Enfermeiros. Em primeiro lugar deixe que lhe diga que muitas vezes a OE reage a muitos assuntos, não tem é o destaque que a sua congénere dos médicos tem. Frutos de uma sociedade demasiado glorificadora da medicina. Deixe-me que discorde quando afirma que é a Ordem que se deve afirmar acerca de Vencimentos, esta é uma responsabilidade que cabe aos enfermeiros enquanto membros e parte de uma profissão e como tal, pertence a esfera dos sindicatos.
Respondendo as suas dúvidas acerca da abertura das escolas. Bem existiam várias escolas espalhadas pelo País. Uma por Distrito (no mínimo) de cariz público e algumas privadas (boa parte delas ligadas a Igreja). Havia falta de enfermeiros, e começou a pedir-se para se aumentar as vagas, coincidiu com o aumento das escolas privadas (no ensino superior). Estas viram na enfermagem um nicho de mercado e investiram. A culpa é óbvia dos vários ministérios do Ensino Superior que não trataram de observar as condições de qualidade dessas escolas. Há escolas que têm como cadeiras obrigatórios o estudo da língua alemã. Se formos a ver, esta não é obviamente uma necessidade que seja indispensável a todos os enfermeiros portugueses, quanto muito seria opcional. A Ordem apenas pode emitir parecer acerca do plano de estudos apresentado, algumas delas foram criadas mesmo, num período de criação da OE. O grande culpado é o estado que nem se articula entre si. Ministério da Saúde e do Ensino Superior não se adequam sequer entre si e mesmo as escolas que apregoam a falta de campos de ensino clínico, recusam-se a diminuir as vagas. Dizem que devem ser as outras a fazê-lo. Muita coisa vai mal na enfermagem, porém é necessário o trabalho de muitos para que as coisas se mudem para melhor.
12 de Fevereiro de 2008 às 22:42

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